
O Poder Judiciário do Rio de Janeiro mandou soltar o funkeiro Marlon Brandon Coelho Couto, conhecido como MC Poze do Rodo, na noite desta segunda-feira (2).
A decisão é do desembargador Peterson Barroso Simão, da 2ª Câmara Criminal, que aplicou medidas cautelares a serem cumpridas pelo cantor. A medida ocorre após pedido de habeas corpus.
Ao ser solto, o funkeiro não poderá trocar de endereço e deve entregar o aporte. Além disso, ele fica proibido de se comunicar com investigados, testemunhas e pessoas ligadas à facção criminosa Comando Vermelho.
Justiça diz que prisão de Poze do Rodo foi ‘exagerada’ u3k2u
Na determinação de soltura, o desembargador Peterson Barroso Simão considerou exagerada a ordem de prisão contra o MC Poze do Rodo. “A prisão temporária por 30 dias afigura-se, a princípio, excessiva para o prosseguimento das investigações”, disse ele.

“O material arrecadado na busca e apreensão parece ser suficiente para o prosseguimento das investigações, sem a necessidade da manutenção da prisão do paciente, valendo registrar que não há comprovação, por ora, de que ele estivesse com armamento, drogas ou algo ilícito em seu poder”, completou o magistrado.
O desembargador ainda criticou as condições em que o funkeiro foi detido pela polícia: “Por outro lado, há indícios que comprometem o procedimento regular da polícia. Pelo pouco que se sabe, o paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática, fato a ser apurado posteriormente”, pontuou.
Com a nova decisão, Poze deve responder em liberdade a investigação da Polícia Civil por apologia ao crime e associação ao tráfico. No documento, o desembargador Peterson Barroso Simão ressaltou que MC Poze já respondeu a outro processo semelhante e foi absolvido.

Alvos da polícia devem ser os “chefões do tráfico”, diz desembargador 4z584h
Na decisão, Peterson Simão ainda destacou que “a prisão temporária não é exatamente a solução almejada pela população, pois todos nós imaginamos como funciona a máquina criminosa do Comando Vermelho. É preciso prender os chefes, aqueles que pegam em armas e negociam drogas. O alvo da prisão não deve ser o mais fraco – o paciente, e sim os comandantes de facção temerosa, abusada e violenta, que corrompe, mata, rouba, pratica o tráfico, além de outros tipos penais em prejuízo das pessoas e da sociedade”.
“Registre-se, na oportunidade, que aqueles que levam fortuna do INSS contra idosos ficam tranquilos por nada acontecer e, ao mesmo tempo, prende-se um jovem que trabalha cantando e ganhando seu pão de cada dia, podendo responder à investigação e processo criminal em liberdade. Tais extremos não combinam. Outros cantores se encontram em semelhantes atuação artística e, no entanto, não foram, pelo que se sabe, objeto de investigação”, finaliza.
*Com informações do R7.