Com casos em alta em SC, especialistas alertam que dengue pode causar complicações no sangue 6g6u2q

Casos de dengue no Brasil apenas em janeiro deste ano chegaram a 217 mil; em SC números chegaram a mais de 13 mil casos prováveis em 175 municípios

Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas em janeiro deste ano, foram registrados 217 mil casos de dengue no Brasil. ou seja, mais que o triplo em relação ao período do ano ado quando foram notificados mais de 65 mil casos.

Em Santa Catarina, a situação está cada vez mais preocupante. Em recente divulgação do boletim da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), os números chegaram a mais de 13 mil casos prováveis em 175 municípios. Em conjunto, Florianópolis, São José e Palhoça somam mais de 500 casos confirmados.

TCE/SC (Tribunal de Contas de Santa Catarina) solicitou um plano de contingência de prevenção e combate à dengue para o governo e para as 295 prefeituras do EstadoTCE/SC (Tribunal de Contas de Santa Catarina) solicitou um plano de contingência de prevenção e combate à dengue para o governo e para as 295 prefeituras do Estado – Foto: Internet/Reprodução/ND

Assim, o TCE/SC (Tribunal de Contas de Santa Catarina) solicitou um plano de contingência de prevenção e combate à dengue para o governo e para as 295 prefeituras do Estado.

Dengue pode levar à morte 4lu1k

Causada pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue causa vasodilatação no sangue com potenciais riscos, como desenvolvimento de plaquetopenia, cujas pintas vermelhas características podem apresentar a necessidade de transfusão sanguínea em casos hemorrágicos, forma mais grave da doença.

O médico hematologista Dr. Carmino de Souza, diretor científico da ABHH (Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular) explica que ocorre uma vasodilatação com extravasamento de plasma sanguíneo, e pode desencadear pressão baixa, desidratação e até a morte.

“Além disso, um fenômeno que acompanha a vasodilatação é o extravasamento de plaquetas, células responsáveis pela coagulação, o que leva a uma plaquetopenia, que são o aparecimento de pintinhas vermelhas nos membros do corpo. No entanto, ela é reversível à medida que a dengue vai se controlando”, diz.

Sem doação de sangue 4pz1n

Souza complementa que em casos raros pode haver a necessidade de o paciente receber doação de sangue para elevar o nível de plaquetas: “Mas é pouco comum, embora quando o paciente tem dengue hemorrágica seja importante esse acompanhamento do médico clínico geral para avaliação por meio de exames como o hemograma”, conta.

É importante ainda dizer que o paciente com dengue não deve doar sangue por aproximadamente 30 dias após o diagnóstico e nem é indicada a pacientes em tratamento onco-hematológico.

Vacina contra a dengue

Em alguns municípios, o governo já iniciou a imunização contra a dengue de pessoas de 10 a 14 anos, a partir deste mês.

De acordo com a médica virologista, Ester Sabino, membro do Comitê de Doenças Infecciosas Transmitidas por Transfusão da ABHH, o Ministério da Saúde definiu essa estratégia porque ainda existem poucas doses de vacina, sendo escolhida a faixa etária considerada mais vulnerável e com mais internações.

Em alguns municípios brasileiros, governo já começou a imunização contra a dengue neste mêsEm alguns municípios brasileiros, governo já começou a imunização contra a dengue neste mês – Foto: Unsplash/Divulgação/ND

Em Santa Catarina, a vacina contra a dengue ficou de fora da primeira remessa por conta de três critérios utilizados pelo Ministério da Saúde: o primeiro deles leva em conta o rankeamento das regiões de saúde e municípios; o segundo é o quantitativo necessário de doses para a população-alvo e cálculo total de doses a serem entregues em uma única remessa ao municípios.

A doutora Adriana Scheliga, médica hematologista e membro do Comitê do Comitê de Linfomas não-Hodgkin da ABHH orienta que a vacina não seja usada por pacientes em tratamento de câncer .

“Devido a vacina ser produzida por um vírus vivo atenuado, não indicamos aos pacientes em tratamento do câncer, assim como vacinas para caxumba, sarampo, rubéola, febre amarela, poliomielite, entre outras. Neste caso, é necessário a prevenção usando repelente e combatendo o mosquito com as medidas cabíveis em casa, por exemplo, não deixando água parada em vasos de planta.

Experiência de Covid-19 serviu de alerta a epidemias 

Para os especialistas, a experiência da pandemia serviu de alerta ao governo para gerenciamento do SUS (Sistema Único de Saúde) em epidemias como a de dengue.

“A Covid-19 desorganizou os serviços de saúde inclusive a resposta à dengue. Essa desorganização associada ao aumento da temperatura fará com que este ano tenhamos uma das maiores epidemias de dengue”, pontua Sabino.

Para Souza, a pandemia de Covid-19 evidenciou que com serviço de saúde organizado, seja ele público ou privado, a resposta à epidemia de dengue deve ser mais efetiva.

“Na grande maioria dos casos de dengue, com exceção dos casos mais graves, o tratamento é feito na rede básica do SUS. Portanto, quanto mais bem organizadas as equipes e a relação com os laboratórios para diagnóstico, melhor. Com uma população bem informada, com o diagnóstico precoce e a hidratação do paciente no tratamento, haverá uma boa evolução dos casos”, conclui o médico.

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