Desaprovação recorde de Lula é impulsionada por evangélicos e mais pobres, aponta pesquisa 5e1224

A desaprovação ao Lula atingiu o maior índice desde o início de seu mandato, segundo a nova pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta sexta-feira (30). O levantamento mostra que 53,7% dos brasileiros não gostam do desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto 45,5% o aprovam. Apenas 0,7% afirmaram não saber responder.

A alta no índice representa um novo recorde negativo na série histórica iniciada em janeiro de 2024. Desde então, a desaprovação ao Lula vem crescendo de forma consistente. Em abril de 2024, o número era de 43,4% e, após oscilações, chegou a 53,7% em maio de 2025. A tendência de queda na aprovação se consolidou mesmo após uma breve recuperação em abril deste ano, quando a desaprovação havia caído para 50,1%.

Evangélicos e Norte lideram desaprovação do governo Lula 4626q

A pesquisa revela os grupos em que a desaprovação ao Lula é mais acentuada. Entre os evangélicos, 72% rejeitam a atual gestão, fazendo dessa parcela a mais crítica ao presidente. Em contraste, ateus e agnósticos representam o grupo mais favorável, com 83% de aprovação.

Regionalmente, o presidente enfrenta maior rejeição nas regiões Norte (63,5%) e Centro-Oeste (63,4%). No Nordeste, tradicional reduto eleitoral de Lula, a situação é mais confortável: 58,3% aprovam sua gestão, sendo a única região onde a aprovação supera a desaprovação ao Lula.

Entre as faixas etárias, o petista tem melhor desempenho entre os mais velhos. A aprovação só supera a desaprovação ao Lula entre os brasileiros com mais de 45 anos, sendo mais expressiva no grupo acima de 60, onde 62,1% aprovam sua gestão.

Em termos de renda, o cenário é desfavorável entre famílias que ganham até R$ 3 mil mensais, faixa com maior desaprovação ao Lula. O desempenho é melhor avaliado pelos que ganham acima de R$ 10 mil, onde a aprovação sobe para 55,4%.

Na projeção da pesquisa Atlas/Bloomberg sobre possível segundo turno, Lula perderia para o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos-SP) e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Corrupção e crise no INSS impulsionam desaprovação do governo Lula 6251c

O aumento na desaprovação ao Lula ocorre em meio à crise causada pelo escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que abalou a imagem do Executivo. A repercussão negativa gerou a troca no comando do Ministério da Previdência Social e motivou a saída do PDT da base governista. O episódio também levou à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) no Congresso para apurar os desvios.

A percepção de corrupção cresceu entre os brasileiros. Em maio, 60% dos entrevistados apontaram a corrupção como o principal problema do país — um aumento de 13 pontos percentuais em relação ao mês anterior. A criminalidade e o tráfico de drogas aparecem em segundo lugar na lista de preocupações nacionais.

Avaliação geral confirma queda de popularidade 2p42b

A pesquisa também perguntou sobre a avaliação do governo como um todo. Segundo a Atlas/Bloomberg, 52,1% dos entrevistados classificam a gestão como “ruim ou péssima”, enquanto apenas 41,9% a consideram “ótima ou boa”. Outros 6% afirmaram que é “regular”.

Assim como a desaprovação ao Lula, a avaliação negativa de seu governo também é recorde. Antes da divulgação desta sexta-feira (30), a pior marca havia sido registrada em fevereiro. Na época, foi a primeira vez que a desaprovação havia ado de 50%.

A pesquisa ouviu 4.399 brasileiros entre 19 e 23 de maio, com margem de erro de 1 ponto percentual e 95% de confiança. A coleta foi feita digitalmente, com recrutamento online espontâneo, permitindo respostas anônimas em qualquer dispositivo conectado.