
E ex-ministro da Justiça Anderson Torres prestou depoimento nesta terça-feira (10), no Supremo Tribunal Federal (STF), durante o segundo dia de interrogatórios dos oito réus acusados de tentar um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022.
Questionado sobre sua participação na live realizada em 29 de julho de 2022, no Palácio do Planalto, que abordou o tema das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral, Anderson explicou que foi convocado pela Presidência da República para integrar o evento. Ele disse que, apesar do convite, não tinha conhecimento técnico sobre o assunto e, por isso, solicitou um levantamento ao seu gabinete.
“A Polícia Federal produziu relatórios a respeito dos Testes Públicos de Segurança (TPS) realizados nas urnas, com sugestões de melhorias e aperfeiçoamentos no sistema. Minha equipe destacou os trechos que consideravam relevantes e, assim, participei da live por cerca de 4 minutos, lendo trechos desses relatórios”, afirmou.

Durante interrogatório, ex-ministro da Justiça Anderson Torres nega fraude 265l5t
Ao ser questionado se o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu que reunisse elementos para comprovar uma possível fraude nas urnas eletrônicas, Anderson negou. Segundo ele, o Ministério da Justiça não possui um setor técnico específico para tratar das urnas e, durante sua gestão, nunca houve qualquer indício ou prova de fraude.
“Sempre informei ao presidente que não tínhamos nada que apontasse para qualquer irregularidade no sistema eleitoral”, declarou.

Sobre as sugestões de melhorias mencionadas na live, o ex-ministro esclareceu que elas partiram dos relatórios técnicos da Polícia Federal, elaborados a partir dos Testes Públicos de Segurança do sistema eleitoral.
“Eram apontamentos sobre possíveis aperfeiçoamentos técnicos, que foram destacados por minha equipe para subsidiar minha fala na live. O objetivo era contribuir com o debate sobre transparência e segurança do processo, e não questionar a legitimidade das eleições”, explicou Anderson Torres.