O traço de empreendedor visionário o fez criar verdadeiros ícones, como a Habitasul, fundado em 1967; o Hotel Laje de Pedra, Jurerê Internacional e a Irani, transformando-a na terceira maior empresa de papéis para embalagem do Brasil. Este é o empresário gaúcho Péricles de Freitas Druck.

Na segunda-feira (25), ele e a filha, Andrea Druck, foram entrevistados do programa Conexão ND, comandado pelo jornalista e colunista Moacir Pereira, exibido na Record News e também no portal ND+.
Na entrevista, Péricles lembrou que o sucesso de Jurerê Internacional, agora Jurerê In. O empreendimento do Grupo Habitasul que virou ícone entre os bairros planejados de alto padrão desde que foi lançado, no Norte da Ilha de Santa Catarina, foi um sonho que ele aspirava, sonhava e trabalhou para que se tornasse realidade.
“Foi um êxito de toda uma equipe”, afirmou o empresário, que hoje tem 82 anos, recordando a aprovação do Plano Diretor de Jurerê Internacional há mais de quatro décadas, no dia 6 de novembro de 1980.
O empresário lembrou que suas viagens pelo Brasil e pelo mundo lhe inspiraram no conceito arquitetônico de Jurerê. Para ele, o principal ponto foi não interferir no meio ambiente da região.
“Fui me inspirar em lugares onde poderiam haver bons exemplos. Atrapalhar o mínimo possível o que a natureza construiu aqui e apenas criar condições de conforto”, comentou.
Andrea recordou que no dia da apreciação do projeto proposto pelo grupo Habitasul, na Câmara de Vereadores de Florianópolis, para criação de Jurerê In, os vereadores perguntaram como a empresa ganharia dinheiro com essa ideia.
“Onde está a avenida Atlântica? Onde estão os prédios?”, teriam questionados os vereadores. “A ideia, que na época era arrojada, era um lugar com qualidade de vida, que não só teria o meio ambiente preservado, mas qualificado e trabalhado adequadamente para oferecer o melhor às pessoas”, contou Andrea.
Andrea Druck frisou ainda que entre os anos de 2008 e 2010, o bairro ou a ter uma movimentação diferente, com o aumento do número de paulistas, em relação aos gaúchos e catarinenses, que até então representavam a maioria dos proprietários de imóveis no local.
Ela observou ainda que a pandemia da Covid-19 também interferiu em Jurerê In, sendo responsável por uma outra grande transformação. As residências, que antes eram ocupadas como casas de veraneio, agora se tornaram mais moradias mesmo. “Jurerê começa a oferecer todos os níveis de centralidade, uma vida cotidiana de trabalho, de lazer, de estudos”, disse.
Conceito
Tanto o empresário quanto a filha enfatizaram que sempre sustentaram uma frase para resumir sua proposta. “Não vendemos metros quadrados, nós vendemos um conceito”. Para Péricles, quem compra um conceito, nunca mais se livra dele.
Segundo a filha Andrea, o conceito principal no caso de Jurerê In foi a criação de uma associação de moradores, uma iniciativa da própria Habitasul.
Para ela, à medida em que se cria um local para viver, em que os espaços comuns e de encontro entre as pessoas são a parte de maior valor do próprio projeto, “é muito importante que as pessoas se apropriem desse conceito de cidadania”.
“Para que se tenha um espaço público comum de qualidade preciso que o cidadão se coloque em relação a isso. Então, esse é o conceito”, resume. Andrea disse que a missão agora é cada vez mais trabalhar os níveis de centralidade e de solução pedestre da vida das pessoas.
O conceito chave de Jurerê In é como um “lugar de lugares”, para que as pessoas usufruam da pluralidade tanto social, quanto de atrativos e de soluções de vida que vão do entretenimento às necessidades diárias das pessoas.

Projeto 2050 f3d4m
Andrea também falou ainda sobre o projeto Jurerê 2050 que, segundo ela, tem como objetivo criar um ecossistema conectado, com harmonia em inúmeras possibilidades de contato entre as pessoas.
Espaços públicos, parques e zonas verdes estarão integrados, criando um ambiente urbano naturalmente único. A ideia é triplicar a população do bairro, estimada em torno de 7.000 habitantes.
Essa nova etapa, com edifícios sustentáveis, tem valor geral de vendas estimado de R$ 1,5 bilhão e deverá ser implantada até 2035. Após os licenciamentos e aprovações junto aos órgãos públicos, será ocupada cerca de 11% da área de 310 hectares, com a maior parte, 89%, preservada. “Realização da área completa da antiga Jurerê Internacional. Vai seguir com mais adensamento essa diretriz de qualidade de vida”, contou Andrea.