
A vida de um piloto de carro de corrida não se limita a entrar no bólido, colocar o cinto de segurança e sair acelerando na pista. Muito pelo contrário, até chegar a hora de fazer o motor roncar alto e fazer o pneu queimar o asfalto há um longo trabalho fora do cockpit.
Representante de Santa Catarina há 8 anos na Porsche Cup, André Gaidzinski faz da velocidade a sua profissão e leva a bandeira do Estado como piloto da categoria. Para quem imagina uma rotina de só entrar no carro e acelerar, a realidade é bem diferente.
O piloto encara horas em um simulador para conhecer cada vez mais as pistas e repetir comportamentos nas corridas – olha, não é tão fácil assim dirigir o simulador, o repórter do portal ND Mais ou reto no ‘S do Senna’ em Interlagos.
“O simulador hoje não tem comparação com os games, os softwares evoluíram para dar uma realidade que a gente tem olhando no para-brisa do carro pra frente, como o piloto e os pedais são pesados, a gente tem a sensação de que está andando na pista”.

Em uma academia, treina três vezes por semana por até duas horas para ter resistência nas corridas, assim como trabalha para que o projeto na Porsche Cup continue firme com os patrocinadores.
“O treino é pesado, mas é importante e fundamental para a performance na pista e rendimento. No momento da largada, onde o ritmo cardíaco chega a 190 batimentos, a gente precisa estar bem”, conta ao detalhar o desgaste dos treinos cardiorrespiratórios.
Personal trainer que acompanha Gaidzinski desde 2021, Julia Nunes Martins detalha os grupos musculares que precisam ser reforçados para que o desgaste físico de uma corrida de carro seja minimizado.
“Nosso atleta precisa ter músculos fortes no tronco e o trabalho de musculação é pra melhorar a força e a resistência dos músculos do pescoço, ombro, braço, antebraço, abdominais e os lombares. Eles precisam estar fortes para que ele consiga sustentar o volante e as forças que ele é exposto dentro do carro”, explica.

Piloto a 260 km/h em um Porsche 1q645r
O carro que André Gaidzinski corre nas provas é o mesmo que vemos nas ruas de Florianópolis, o Porsche 911. A categoria limita as melhorias no motor para que todos tenham uma equidade na disputa.
Com pódios na carreira e com mais três provas para disputar na temporada, a próxima será no fim de junho na pista de Portimão, em Portugal. O piloto catarinense relata a sua melhor experiência na atual temporada.
“Na última etapa, em Interlagos, fiz uma boa escalada, foi a melhor corrida neste ano. Em um grid com 23 pilotos, eu havia abandonado no sábado porque um carro bateu em mim, larguei em último e terminei em sexto. Ficou todo mundo alvoroçado no box e sai do carro inteiro e muito feliz”.
Gaidzinski, que tem na sala de casa capacetes personalizados e de grandes nomes, como Niki Lauda e James Hunt, também realiza um trabalho para que o psicológico não seja afetado nas provas, seja por algum medo ou situação que possa ocorrer.
“Medo todo mundo acaba tendo, mas é um trabalho. Quando a gente está na pista não fica prestando atenção na velocidade, mas na performance do carro e de como estamos guiando para conseguir o menor tempo e andar melhor. A parte psicológica vem para nos ajudar a separar momentos de treino, classificação e corrida”.
A rotina de André Gaidzinski pode ser acompanhada por meio do perfil no Instagram: @agaidzinski.